sexta-feira, 19 de junho de 2020

BAR DO FISGUETE



Dos vários bares que conheci ao longo dos meus sessenta e quatro anos de idade, existiu um bar que jamais irei esquecê-lo, chamava-se Bar do Fisguete.
         Diferente de tudo aquilo que um experiente boêmio possa desejar o bar ficava localizado no final da Avenida Conselheiro Antônio Prado, em Jacareí-Sp, de uma simplicidade invejável lá estava o querido e saudoso Fisguete para receber todos os boêmios no finalzinho da noite.
         Muito linda era a hora da abertura do bar, nunca antes das onze da noite e fechava apenas quando saísse o último freguês.
         Uma televisão antiga preto e branco pendurada numa das paredes, um enorme balcão e vários boêmios postados ao redor bebericando todos os tipos de bebidas alcoólicas existentes naquela época e degustando deliciosos churrascos no pão ou apetitosas almôndegas que repousavam numa estufa clamando uma boa mordida.
         Conheci o Bar após sair de uma choperia e ainda sentir muita sede de beber a famosa “saideira” e após rodarmos quase toda a cidade lá estava nosso Oasis e assim que chegamos ao bar ficamos um pouco apreensivos, mas mesmo assim entramos e sentamos numa carcomida mesinha e ficamos bebericando nossa “última” cerveja da noite.
         A partir deste dia sempre fazíamos uma parada no bar do Fisguete nas madrugadas e assim íamos seguindo e acabei descobrindo o que existia de mais engraçado e inusitado... era a corrida de São Fisguete, que acontecia no dia 30 de Dezembro para não existir concorrência com a São Silvestre.
         Resolvi participar e antes da corrida existia uma grande concentração no próprio bar do Fisguete e assim fazíamos nosso aquecimento entre cachaças, cervejas, vinhos e boas risadas.
         O mais engraçado é que só podia participar da corrida quem estivesse devidamente alcoolizado, caso estivesse sóbrio, era eliminado assim que a corrida começava, foi o que aconteceu comigo, pois eu não estava devidamente alcoolizado e após cem metros fui gentilmente retirado da corrida por importantes fiscais semi alcoolizados.
         A estrutura era enorme, pois existia até uma ambulância acompanhando os atletas e socorrendo os mesmo de possíveis quedas e era muito divertido, pois eram apenas mil metros a serem percorridos e quando a largada era anunciada via-se alguns atletas que mal conseguiam dar alguns passos e saiam da avenida e vencia quem chegava por último e a concentração novamente era no bar.
         Até hoje quando me lembro do bar do Fisguete sinto uma certa tontura e dou gostosas gargalhadas do que existiu de mais belo para todos os boêmios de plantão daquela época: Bar do Fisguete!

LIBERDADE

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